Aqui vou eu a caminho de Bruxelas, a escrever um textinho que só vou postar à chegada, que esta coisa de internet nos aviões ainda parece ciência do séc. XXV e não está disponível…
Pois que o avião está cheio, e que há algumas caras conhecidas: o nosso Paulinho das feiras, agora transformado em Paul of Brussels, sentadinho, 3 filas à minha frente, num lugar de económica, sem direito a qualquer mordomia extra, a não ser uns sorrisos adicionais das hospedeiras, que pelos vistos já o conhecem nesta rota.
Parece-me bem, muito bem. Num país que é pobre, poupar é difícil, mas pelo menos não esbanjar, paguem ou não bilhete os nossos governantes acho que é uma boa atitude. Quem me conhece sabe que não nutro grande simpatia pelo Pedrito, e menos ainda pelo Paulinho, mas a realidade é que educar pelo exemplo sempre foi uma máxima que prezei. E é isso que este governo imaturo tem andado a fazer: começam as reuniões a horas, viajam em económica, não usam gravata para poupar energia, não usam carros do estado para uso particular… tudo coisa pouca, reconheço. Mas em tempo de fome migalha é pão, e se todos poupássemos um pouco, talvez isto estivesse um pouquinho menos mau. Nos pequenos gestos se mudança consciências.
Mas como não há bela sem senão, e como apesar do país estar de cuecas, ainda há uma elite que se julga protegida, eis que o Carvalho da Silva, o famoso pai do primeiro satélite português, a viajar em executiva, com tudo o que tem direito… acredito que esteja ao serviço da comissão, ou da agência espacial europeia, mas sendo talvez o único físico português que o povinho conhece, também podia dar o exemplo. Podia, podia.
Mas já que falo em poupar, não posso deixar de referir a FA-BU-LO-SA sandes mista que a TAP me disponibilizou, como jantar… sem dúvida divinal. Esta porra das companhias de bandeira se terem tornado low-costs careiras, lixa-me o juízo. Pago o que pago, no mínimo um jantarinho… valha-nos o vinho tinto, que foi a única coisa que soube a jantar. Mas para piorar as coisas, enquanto nos apresentavam a bela da sandocha, nos novos televisores aparecia o melhor da gastronomia portuguesa, de onde retive o restaurante Estaminé, na ilha Deserta de Faro (nem sabia que existia tal coisa), onde com certeza não vou deixar de ir este verão.
E agora vou voltar aos sudokus, que tão bem se portaram a acompanhar-me na subida. Ainda falta mais uma horita de caminho...
Adiós.
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