Funcionários Públicos

Quem me conhece sabe que não morro de amores por Funcionários Públicos, e que inclusivamente certas situações me causam urticária como por exemplo passar à porta da sede dos CTT e ver meio mundo cá fora a fumar, ou olhar para as filas junto aos torniquetes à espera das 16h30 para 'picarem o ponto'.

Compreendo que lhes tem sido tirado muito, e estou alinhada com algumas das suas dores. Não sou insensível e também me custa a ganhar a vida por isso os compreendo, apesar dos maus-casos que me irritam ferozmente.

Mas como em todas as espécies, grupos, ou o que se entender, há bons e maus... e se dos maus não reza a história, vai daqui um obrigado sentido, aquelas auxiliares de acção educativa, que no meu tempo se chamavam 'contínuas', que com uns míseros salários, continuam a amar de paixão o que fazem.

Hoje, quando o tentava tirar do carro, mole, sem forças, com a irmã aos gritos, o parque de estacionamento fechado, o que me obrigou a todo este festival no meio da estrada... apareceu uma senhora, uma 'auxiliar' como lhe chamam, que se apercebeu da minha loucura matinal, e saiu da casinha, saiu do portão e veio à porta do carro, levar o meu menino mole, enquanto lhe dizia: 'Anda meu amor, que a mamã tem que ir trabalhar....'

E ele foi, de mão dada com ela, e eu estupefacta com tanto carinho e atenção, com ele e comigo, que a aquela senhora, que provavelmente viu parte do seu parco rendimento levado pela troika, continua a fazer o que gosta com apreço e dedicação.

Salvé a quem faz o que faz com empenho e dedicação. São pessoas assim que este País precisa.